sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Xeque-mate, cale-se mente.

Toco o que está na minha frente.
Mas não seguro apenas o que cabe em minhas mãos.
O que carrego pulsa, se expandindo em todas as direções.
A cada passo acelera a batida.
A cada batida acelero o passo.
Compasso ritmado pelo toque.
Toco tudo, não troco nada.
Não quero troco.
Não espero nada.
Apenas pulso,
movimentando o avulso.
Solta em uma turbulência de pensamentos.
Pensando em uma turbulência de coisas e acasos.
Caso o que me faz bem a vista, o feio descaso.
Não quero descartes, mas tenho cartas a mais.
Não peço truco, meia não me satisfaz.
Insossa insatisfação,
que excita, expulsa, atrai toda ilusão.
Xeque-mate pro pensamento,
uma hora a morte vem.
E no silêncio dos arrependimentos,
não me arrependo de nada que me faça bem.
Sou assim mesmo.
Instintos,sentidos, sentindo o além.
Assim seja, amém.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

AnotaçÃo

A contradição faz parte da busca. Se a gente não duvída do caminho, a gente acha que já chegou

Meu pensamento de agorinha. Pra sempre, não sei.

O "pra sempre", mesmo não tendo sua existência confirmada, não chegará, subjetivamente em nenhuma situacáo, caso o passado não seja levado em conta, o presente não seja banhado em paciência e a esperança do futuro não permaneça.

PRA SEMPRE PARE SEMPRE SEMPRE EM FRENTE

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

ESPERANDO. EM PAZ. ANDO. ESPERA. ANDO. EM PAZ.

Paro o olhar em um movimento que não entendo de primeira.
E em segundos meu corpo está dentro de um compasso ritmado e lento.
Os pés seguindo as batidas em meu peito,
entoam a dança da chuva
e as lágrimas que escorrem imitam um sorriso.
Puro, amigo, guerreiro.
Os braços seguem as mãos, rumo ao céu.
Os fios de cabelo, catavento.
Rodopiando parado, meu centro.
O ar que entra, sai inteiro.
A nada me apego.
Falo em silêncio.
Meus olhos fechados,
ainda naquele movimento.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

DESAPEGO

"Apaixonar-se por tudo e não apegar-se a nada"

Jean-Loius Barrault

Comentário Teti a Teti.

"Desejo que você tenha quem amar, e quando estiver bem cansado, ainda exista amor pra recomeçar".
E que saiba reconhecer um caminho já percorrido.Geralmente ele leva ao mesmo lugar.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Concordando com Oscar.

Já vivi muito mais do que a vida me deu.
Correndo atrás dos sonhos meus.
Dos impulsos que nem eu sabia que tinha,
Bebi até a ultima gota.
Traguei até o filtro.
Respirei o último suspiro.
Não faço promessas, não faço planos.
Não meço palavras, não tomo cuidado.
Não cometo enganos.
Borboleta, metamorfose, borboletando.

E se você quiser vir nessa comigo
Deixe todo o medo pra trás.
Tem espaço pra nós dois em mim.
Mas não tenho o tempo certo pra acabar.
É certo o fim.

Quem vai dizer que não é certo.
Enquanto o certo for incerto como o céu.
Como o eu.
Como nós.
Como tudo.
Eu como.
Eu bebo.
Eu trago.
Eu respiro.
Cada impulso.
Cada pulso.
Pulsações.
“Eu resisto a tudo, menos às tentações”.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

NA LUA EM MIM.

Em um branco momentâneo,
Escrevo coisas que nunca li.
Talvez tenha visto em sonhos, em outdoors, no olhar de alguém,
Mas transcrevo em letras soltas, jogadas em um liquidificador.
Te imagino crua. Deitada entre travesseiros encharcados.
Nua em sua dor.
Não me vejo chegando em um cavalo branco pra salvar ninguém.
Estou sentada em uma lua branca, tomando uma com São Jorge.
Observando as pessoas lá embaixo a zombarem do invisível.
A contarem com a sorte.
A minha volta, um turbilhão de sensações insensíveis.
Como os segundos no relógio, batendo a cada meia-noite.
Toda hora é a virada.
Toda hora é a última.
Toda hora promete ser a primeira.
Mas nunca, nunca, nunca está sendo.
E eu penso em parar, mas não consigo.
Te imagino me imaginando, e rindo.
Sozinha, ecoando um desespero profundo e mudo.
Desço da lua, e caio em mim.
Empoeirada, um pouco rancorosa pelo abandono.
Muitas malas, pouco espaço.
Jogo fora tudo de novo.
E em um branco momentâneo.
Escrevo as coisas que nunca vivi.
Ainda.