quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A Luz é como a Água.

Eu me lembro do dia em que descobri que ela cantava.
A gente devia ter no máximo onze anos, na nossa intensa amizade eterna de infância.
Estávamos no carro, com os pais de outra amiga, a qual peço desculpas pela memória,
e a mãe presente começou a cantarolar uma música.
"Eu amo essa música", disse Mariana. E de repente, daquela pequena pessoa, ouvimos o vislumbre
de uma grande voz.

Eu fiquei impressionada, ao mesmo tempo que confesso, enciumada.
Desde muito pequena eu cantava, em corais do colégio, com minha mãe. Éramos amigas há 2 anos e eu não sabia dessa irmandade de desejos musicais.
Até hoje não sei se ela sabia. As vezes penso se ela descobriu naquele momento, ou um pouco antes. Quem sabe até mesmo depois.
O que sei é que naquele momento eu soube, que aquela voz conquistaria um futuro não tão distante.

Como várias almas afins, mas que pela grandeza se encantam com os milhares de belos caminhos na vida, depois de um tempo fomos nos afastando. Mas nunca perdendo o carinho, a saudade, a lembrança.
A lembrança das descobertas. Dos primeiros namorados, primos aliás, das aulas, das novidades da adolescência. Das letras tão diferentes; a minha tão apressada e inconstante. A sua tão harmoniosa, que parecia desenho.

Depois de anos, nos reencontramos algumas vezes e o sorriso era sempre o mesmo. Um pouco mais maduro, talvez um pouco mais confuso com a confusão do mundo. Mas feliz, sincero, aberto.
E descobrimos que aquela cantoria, daquele dia, naquele carro, há anos luz atrás, foi apenas um reflexo do resto de nossas vidas. A música. Tanto pra mim, quanto pra ela. Ela com a dela, eu com a minha, mas as duas cantando a alma.

Eu tinha na memória uma voz doce de criança, um pouco trêmula, ainda mais no sonho do que na garganta.
Mas ontem, depois do show de estréia do primeiro CD da Mariana, sim, a Mariana Nunes, sou eu quem não tem voz, nem palavras pra expressar a alegria de ouví-la.

Sua maturidade musical, tanto em estilo, quanto em técnica, não escondem a alegria e a paixão com que ela canta. Parece que quer abraçar o mundo inteiro com a voz. As notas saindo de sua boca, perfeitas, encantando cada amigo da platéia.
A flor no cabelo, a mesma desenvoltura pra lidar com os imprevistos, a mesma risada fechando um pouco os olhos, a quebrada no pescoço. O vestido preto contrastando com o branco da sua cor.
Preto no branco, contrastando com as cores da sua voz.
Contrastando com as cores da sua luz, contrastando com a água dos meus olhos,
de alegria em te rever minha amiga.
Te desejo o mundo!
Um beijo no coração da sua amiga antiga, companheira de sonho, cantora da alma.
Marcella Fogaça, vulgo, Marcellinha.

REGREATSREMEAMBERREGREATS

Andando entre as minhas memórias, vi muito do que não vivi.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ahhh... Vinícius!

"A mulher de gêmeos
Não sabe o que quer
Mas tirante isso
É uma boa mulher.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que diz
Mas tirante isso
Faz o homem feliz.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que faz
Mas por isso mesmo
É boa demais..."
Vinícius de Moraes

segunda-feira, 8 de setembro de 2008