Notícias da vida diária Crônicas Pensamentos de alguém que observa um espelho a todo instante, tentando reconhecer o que do outro lado há. Será que dá pra atravessar? Notinhas, detalhes, esquecimentos, lembranças, tudo o que vier, lucro, ou não... Diário? Sei não... Vou escrevendo os momentos. Assinado: EU MESMA.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Upanishads
UPANISHADS
SEJA SEMPRE AMOR
Quem disse que não se enxerga no escuro.
Quem disse que quando chove, não há sol.
Quem disse que em todo forte há um farol.
Não existe o impossível. É impossível dizer.
Só não entendo esse vazio, com tanta coisa pra te preencher.
Pra que dizer palavras tolas
Desperdiçando o tempo.
Entenda que não há mentira
De pernas longas
Não tem como enfrentar o ventilador.
O mundo e um grande espelho,
Refletindo o que você quiser ser.
Então seja amor
Seja como for
Seja sempre amor
Mesmo quando sentir seu coração partir.
A terra se abrir,
E o céu engolir o mar.
Seja sempre amor.
DAVID LINCH
David Linch
domingo, 7 de dezembro de 2008
Sem máscaras, sem vergonha, sem amarras.
Fiquei vermelha, fiquei sem graça.
Mas me encarei.
Nua, errada, certa, amante, amada.
Imagem transparente,
mesmo assim aparente.
Amei.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
No meu peito, um quebra-molas.
mas ele se alojou no meu peito, como uma lembrança do paraíso.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Bola de sabão, não.
Eu perdi o tempo de ver
Que o que se passa na minha frente
Nada mais são do que filmes de TV
Novelas ensaiadas da vida real
Real, rimando perfeitamente com banal
Nada é mais escandaloso que a ilusão, afinal.
Vidas frágeis, como bolas de sabão
Sopradas ao vento, sem autonomia, sem direção
Explodo e me liberto
Prefiro ser pingos dispersos
Do que uma enorme concentração burra de sabão.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
sábado, 25 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
AMOR!!!!!!!!!!!
O amor é livre como a música... e alcança todos os lugares, inclusive o pensamento.
A música sem espaço, não se propaga e morre. O amor também.
O amor tem que ser grande o suficiente pra abraçar o mundo inteiro
e ser sentido a todo momento, em todo lugar.
É algo tão imenso quanto inexplicável. Impossível de ser guardado.
O verdadeiro amor guarda você e é eterno enquanto for a liberdade.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
SEPARADOS EM UM MESMO LUGAR
e existe a gente.
As vezes o mundo nos pega,
e a gente nem sente.
Um redemoinho impiedoso
nos suga pra dentro do tudo.
E ali, no turbilhão dos pensamentos
a gente se perde, mudos.
Corpo e alma, separados em um mesmo lugar.
O que era importante, a gente.
Se perde em algo gigante, o mundo.
E ainda lá no fundo, eu sinto seu coraçao bater.
Minha esperança ferve.
Saia do mundo e venha me ver.
Afinal, não existe a gente,
sem você.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
A Luz é como a Água.
A gente devia ter no máximo onze anos, na nossa intensa amizade eterna de infância.
Estávamos no carro, com os pais de outra amiga, a qual peço desculpas pela memória,
e a mãe presente começou a cantarolar uma música.
"Eu amo essa música", disse Mariana. E de repente, daquela pequena pessoa, ouvimos o vislumbre
de uma grande voz.
Eu fiquei impressionada, ao mesmo tempo que confesso, enciumada.
Desde muito pequena eu cantava, em corais do colégio, com minha mãe. Éramos amigas há 2 anos e eu não sabia dessa irmandade de desejos musicais.
Até hoje não sei se ela sabia. As vezes penso se ela descobriu naquele momento, ou um pouco antes. Quem sabe até mesmo depois.
O que sei é que naquele momento eu soube, que aquela voz conquistaria um futuro não tão distante.
Como várias almas afins, mas que pela grandeza se encantam com os milhares de belos caminhos na vida, depois de um tempo fomos nos afastando. Mas nunca perdendo o carinho, a saudade, a lembrança.
A lembrança das descobertas. Dos primeiros namorados, primos aliás, das aulas, das novidades da adolescência. Das letras tão diferentes; a minha tão apressada e inconstante. A sua tão harmoniosa, que parecia desenho.
Depois de anos, nos reencontramos algumas vezes e o sorriso era sempre o mesmo. Um pouco mais maduro, talvez um pouco mais confuso com a confusão do mundo. Mas feliz, sincero, aberto.
E descobrimos que aquela cantoria, daquele dia, naquele carro, há anos luz atrás, foi apenas um reflexo do resto de nossas vidas. A música. Tanto pra mim, quanto pra ela. Ela com a dela, eu com a minha, mas as duas cantando a alma.
Eu tinha na memória uma voz doce de criança, um pouco trêmula, ainda mais no sonho do que na garganta.
Mas ontem, depois do show de estréia do primeiro CD da Mariana, sim, a Mariana Nunes, sou eu quem não tem voz, nem palavras pra expressar a alegria de ouví-la.
Sua maturidade musical, tanto em estilo, quanto em técnica, não escondem a alegria e a paixão com que ela canta. Parece que quer abraçar o mundo inteiro com a voz. As notas saindo de sua boca, perfeitas, encantando cada amigo da platéia.
A flor no cabelo, a mesma desenvoltura pra lidar com os imprevistos, a mesma risada fechando um pouco os olhos, a quebrada no pescoço. O vestido preto contrastando com o branco da sua cor.
Preto no branco, contrastando com as cores da sua voz.
Contrastando com as cores da sua luz, contrastando com a água dos meus olhos,
de alegria em te rever minha amiga.
Te desejo o mundo!
Um beijo no coração da sua amiga antiga, companheira de sonho, cantora da alma.
Marcella Fogaça, vulgo, Marcellinha.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Ahhh... Vinícius!
Não sabe o que quer
Mas tirante isso
É uma boa mulher.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que diz
Mas tirante isso
Faz o homem feliz.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que faz
Mas por isso mesmo
É boa demais..."
Vinícius de Moraes
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
PENSAMENTO DE HOJE
Ou, ao nos contentarmos com o bom, perdemos o ótimo?
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
HOJE EU TO SEM PONTO DE INTERROGAÇÃO
Só por hoje eu vou fazer as pazes com as minhas besteiras.
Só por hoje eu não vou brigar comigo, vou ligar o "f..." pra todo aviso.
Só por hoje eu vou fazer o que quero e não o que eu espero de mim.
Só por hoje eu vou gritar que eu amo
e que eu não me engano, eu sou mesmo assim.
Só por hoje eu vou jogar esse ponto fora e vou exclamar quem eu sou.
HOJE EU TO SEM PONTO DE INTERROGAÇÃO.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
“Dance me to the end of love”
Na noite fria as estrelas me encantam.
E me chamam pra um lugar que eu sei, não existe.
Meu pensamento, poderoso como o tempo, me faz perder o senso.
Quando percebo o dia já vem.
E seu brilho vermelho me lembra de todas as manchas.
Em lençóis brancos, espelhadas no céu,
Abandonadas ao léu das lembranças esquecidas.
“Dance me to the end of love”.
Eu digo.
No azul do céu, saúdo minha noite e repito.
Um brinde às cortinas.
Que encobrem as horas esquecidas, dos olhares que nada vêem.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
domingo, 3 de agosto de 2008
SINAL (DE FUMAÇA) FALSO
Fui ao pé da Serra,mas parece que o fogo era do outro lado então não havia movimento e nem fumaça. Tudo controlado.
Será que o massacre do ano passado, que desimou o verde da Serra serviu para acelerar o trabalho dos Bombeiros?
Enfim, não tenho como dizer, vamos ver se haverá, amanhã nos jornais, alguma notinha sobre esse incidente esfumaçado.
SERRA DO CURRAL. DE NOVO?
Da varanda, vimos um foco de fumaça ao pé da Serra do Curral. Cena familiar.
Corro e disco para os Bombeiros. A atendente Tatiana me diz que já receberam a informação e ASSIM QUE POSSÍVEL uma unidade chegará no local. Tirando o nome da atendente, bem familiar essa possibilidade.
Vamos ver se, dessa vez, ao contrário da outra do ano passado, eles vão demorar menos do que o tempo necessário para consumir toda a Serra. Volto com mais informações depois do incêndio, estou indo mais pra perto ver se precisam de voluntários.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
FELIZ POR MINUTO
Só porque vejo cacos no chão.
Quem disse que são meus?
E quando nada parece certo.
Vem o amanhã
cheio de promessas.
Um dia após o outro.
Eu não me preocupo.
Ontem escutei
que Deus está no meu futuro.
Eu vou ser feliz por minuto.
Não me preocupar com a vida inteira
Quem sabe do amanhã?
Sempre existe outra maneira.
Vou me fazer digna dos grandes desafios.
Vou olhar nos olhos da morte
e ainda assim, vou fazer amigos.
E se eu quebrar
eu nunca, nunca serei os cacos no chão.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
ARE YOU AWAKE?
Quando um relacionamento acaba e parece que o mundo saiu dos seus pés, a única coisa que você quer, é que a dor passe. Uma dor que chega a ser física. Seu peito pesa e arde, seus olhos doloridos, o estômago contraído. Aquela dor profunda de a todo instante se sentir sozinha. De custar para conseguir dormir, e quando acordar, depois de dois segundos se sentindo bem, ter o mundo tirado dos pés novamente, quando se lembra de que, acabou.
É difícil ter que refazer os planos, ter que encontrar novas companhias, pensar em estar com outra pessoa. Acreditar que a dor vai passar. Por mais que, no fundo, todo mundo sabe que tudo passa, na hora, parece que não passará jamais. Naquele momento, tudo o que queremos, é aquele conforto de volta. É ter de volta o passado, mesmo sabendo que ele não estava legal. Aliás, estava péssimo.
Mas, quando o coração se quebra, você se esquece das brigas, das traições, do comodismo, do sexo morno, do silêncio no carro. Você se lembra de que nasceu sozinho e de que, agora está sozinho novamente. E isso, pra muitas pessoas, é uma lembrança de que, vamos morrer sozinhos. E a sensação de que a morte está próxima. Então, nada melhor do que perdoar logo essa coisa, e voltar. Voltar pra onde? Voltar por medo de perder é apenas adiar o fim. Ninguém muda por medo. O medo não move ninguém. Apenas a força de vontade, a consciência real dos fatos, dos erros, e do amor. Existe ainda? O suficiente para mudar o rumo das coisas? Não é tão fácil como nos filmes.
A dor do hoje não se compara com a dor do amanhã, caso você deixe ser levada pelo medo de perder. É um desgaste contínuo, quebrado, ritmado.
É difícil segurar a vontade de ligar correndo, de inventar alguma desculpa pra pedir alguma coisa de volta. De andar nos mesmos lugares pra um encotnro casual. Desculpas para voltar pra um lugar que nem sempre ainda é aquele de antes. Nem sempre é o melhor.
É difícil se desapegar do tempo. Do costume. É difícil parar para pensar racionalmente quando seu peito está sangrando.
Mas é necessário. Parar, respirar, sentir a dor, entendê-la. Dissociar o desespero, do amor. Um vaso quebrado pode ser pra sempre um vaso quebrado. Mas não há nada que a consciência dos erros e o perdão motivado pela sabedoria e não pelo medo, não resolva.
Muitas vezes perder, é ganhar. Deixar ir é abrir espaço pra felicidade. Confiar nos seus ideais, na sua intuição, ter fé nos remédios do tempo e da vida, ver o outro como espelho, tudo isso é construir uma base sólida pra pessoa mais importante da sua vida: Você!
Não viver por medo, é viver acordado. E como diz o velho ditado, antes só, do que mal acompanhado.
Você está acordado?
quinta-feira, 12 de junho de 2008
ETERNO SEGUNDO
que eu posso até fingir não ver
fechar os olhos
paralizar a mente
quem sente
quem pensa
quem age
quem se esforça
quando tudo parece não ter movimento
um segundo
uma gota
uma folha que cai
um piscar de olhos
um pensamento inteiro
Reflexões sucessivas
de quem busca não pensar em nada
Disfarça a necessidade
pra parede
mãos pra cima
de joelhos
implorando um lampejo de sanidade
Danço
parada em meu pensamento
e no balanço do vestido
novamente adormeço.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
GETTING OLD OR GETTING BETTER
Sério. Descobri até uma linha diferente embaixo dos meus olhos, muito suspeita. Enfim.
Acho que esse meu susto com o tempo se deve a velocidade que ele passa ultimamente. A segunda-feira emenda na sexta, que emenda na segunda.
São apenas 24 anos. Alguns mais bem vividos que outros.
Entre um momento e outro em que fico "p" da vida com o tempo, eu reparo mudanças importantes em mim. Não físicas, essas são inevitáveis e necessárias. São mudanças sutis. Comportamentos, entendimentos, gestos, paciência.
Vejo uma pessoa mais clara e, nem por isso, óbvia.
Sonhos cada dia mais reais, com menos expectativas e, nem por isso com menos garra.
Preparada para possíveis desvios.
Com menos preconceitos, menos intolerância, e nem por isso menos erros.
Coisas que só com o tempo a gente aprende... e desaprende.
É um dia tranquilo, hoje, meu aniversário.
Estou feliz por perceber que o tempo não me atropelou. Que eu não estou parada enquanto ele passa.
Eu estou em movimento constante, pra dentro e pra fora.
É como respirar. O tempo passa, a gente inspira, mais um segundo, a gente expira.
É natural, é necessário.
E a cada respiração, a cada tic- tac, alguma coisa acontece no mundo. E alguma coisa acontece em mim. Por mínima que seja.
E quando eu fecho os olhos e esvazio a minha mente, vejo a imensidão aqui dentro. Esperando para ser decorada com o que eu aprendo na vida e nos sonhos, nas atitudes, com Deus.
Ainda tenho tempo, mesmo que ele acabe amanhã. Sempre há tempo de crescer.
Parabéns pra mim!
Sáude pro corpo, paz pra alma, criatividade pra mente e amor pro coração!
//OM//
terça-feira, 3 de junho de 2008
SAUDADE
Se não temos saudade, é porque não lembramos.
Se não nos lembramos, é porque não tem importância.
Sentir saudade é dar importância.
Eu sinto.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
POEMA AMEOP
ele sai pelos meus olhos
Não tenho medo de dizer o sim
Sem eu querer, ele sai de mim.
Não há motivos pra parar agora.
Comecei a andar entre lembranças
e perdi o caminho do futuro.
A vida passa tão rápido,
cabe em uma caixa de sapatos, cheia de retratos.
Por isso abri a porta e pulei de olhos fechados
Quero voar no tempo, sem tempo de parar.
O sol bate na minha janela
eu vou deixá-lo entrar.
O vento passa entre a minha pele
me faz arrepiar.
A chuva é música pros meus ouvidos
eu vou escutar o que o mundo tem pra mim
Tentei mudar e não consigo
eu sou mesmo assim.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
CRÔNICA: MASOQUISMO SOCIAL
A gente deveria considerar fazer tudo o que temos vontade. Desde que não façamos mal a ninguém.
Mas, tem a tal da "consideração" que, muitas vezes nos leva a fazer coisas que fazem mal a nós mesmos.
Tipo aqueles eventinhos chatos de família, que você, por consideração, não pode faltar.
Aniversário do sobrinho do neto da tia da sua mãe. Quem?
Às vezes, um simples convite que a consideração não te deixa negar.
Chá de bebê da prima de 3o grau do namorado.
Chá de panela da filha do sócio do seu pai.
Enfim, eventos medonhos que, enquanto você sorri automaticamente e responde "sim, claro" sua garganta está gritando "claro que eu vou, você não me deu escolha, eu vou dar de presente uma pinça pra sua sobrinha fazer o bigode".
Até que ponto devemos passar por cima das nossas vontades pra agradar os outros?
É claro que é muito bom quando fazemos o outro feliz. É um ato de desapego. Mas tudo tem limite.
Temos que ter coragem de dizer não pra consideração, quando esta nos causa desespero de estar em certa situação.
A verdade dói, mas a mentira dói mais na gente.
Então, se tiver que mentir pra você mesmo, para ir a algum evento chato, é melhor mentir pra quem te convida.
Calma, falando assim soa até desonesto. Mas é uma "mentirinha-caridosa" , quando você mente para não machucar a outra pessoa. Tipo assim:
"Vamos ao enterro do tio-avô da mulher do meu irmão"? Ao invés de você falar "Coméquié? Eu não o conheci vivo, pra que conhecer ele morto?" Você simplesmente responde "Eu gostaria muito de estar lá nesse momento pra consolar a família da mulher do seu irmão, mas tenho que levar a vovó no médico, já está marcado há meses".
Pronto, ninguém saiu ferido, a não ser a sua avó que ficou com a orelha pegando fogo.
Isso é uma dica, claro, mas eu, na maioria das vezes opto pelo: "Eu não conheci ele vivo..."
Depende do receptor da mensagem, claro. Pra dizer certas coisas, temos que ter amizade e intimidade, senão vira pancadaria moral.
Temos que ser solidários, com os outros e conosco. E maneirar na sinceridade, assim como não nos martirizar com compromissos torturantes que, muitas vezes nem surtem efeito. Só você está se importando. Às vezes, você é o único que se lembra de ter ido a uma festa inesquecivelmente chata. O noivo estava tão bêbado que te confundiu com a Tia Cotinha e te lascou um apertão no bumbum.
Concluindo, o nosso tempo é extremamente precioso e devemos, por isso, ser sinceros com nossas vontades e, na medida do possível, com os outros.
Caridade emocional tem seu lugar e faz muito bem pra alma. Altruísmo. Mas tem que ser feita com coração aberto e sem vontade de se tornar um avestruz e enfiar a cabeça no primeiro buraco. Aí não vale a pena pra ninguém.
Seja sincero, não abuse das "mentirinhas-caridosas", tenha um saco vazio e seja feliz!
segunda-feira, 5 de maio de 2008
LABIRINTO MENTAL
Quer sair, mas não encontra um jeito
Chega a despontar, mas volta correndo
Tem medo, tem raiva, tem anseio.
Tem arrependimento.
Nada pior pra liberdade, do que estar dentro.
Bola, circulo, redondo, ciclo, tpm.
Parece que se repete, quando acha que entende.
Tensão em um ponto em comum.
Fala, não fala, guarda pra mim.
Um instante, tudo passa na cabeça
Mas lá fora, não há nada que aconteça.
Inspira, respira, conta até dez.
Solta, não solta.
Pula de uma vez.
Tá na beirada, falo.
Guardo, quando vejo, explodo.
O mundo de pernas pro ar.
Uma fala atrasada.
Um ciclo.
Espero de novo.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
CRÔNICA: La Belle de Jou,vas te faire encule!! (Com o perdão da palavra e do som)
No meu sonho eu estava em SP, fechando um grande negócio, cercada de gente bacana, quando de repente me transportei pra Dunas de Itaúnas, terra do forró, cheia de nativos (nada contra, porque são os que dançam melhor mesmo). Fiquei alguns segundos admirando a nova situação, a praia ao fundo, a catuaba na minha mão, começando a gostar, quando percebi que estava de salto alto, saia e toda emperiquitada, como se tivesse saído de uma reunião...em SP. Puts! Que coisa era aquela. Era igual a sonhar que você chega na aula de pijama, sem querer e fica todo mundo rindo de você.
Aí comecei a perceber que tinha alguma coisa de errado. A Música foi ficando mais forte,mais forte,até que percebi que a "De Jou" estava vindo da "réalité". De uma realidade extremamente barulhenta. Da Praça do Papa, minha vizinha mais ilustre.
Pronto, acordei.
Por um momento, ainda sonolenta, xinguei a minha irmã, coitada, achando que a música estava vindo do quarto dela. Não, era da Praça do Papa mesmo!
Mas o som, quando vem daquela praça, propaga de tal maneira! Parece que bate na Serra do Curral e vem direto na minha cachola atazanar as minhas noites de sono e trazer a insônia de presente.
Mas aquele carro que tocava essa música não era um carro! Era um carro fantasiado de Trio Elétrico, com 1000000000 wats de som! Era um absurdo! Até o Aécio, senão o próprio Papa, lá do Vaticano já devia estar acordado amaldiçoando (perdão Papa) o idiota que tocava aquela música, que de "Bella", não tinha mais nada, naquela altura (literalmente).
Pronto, lá vinha a insônia. Tentei ignorar, quando a minha irmã invadiu o meu quarto, parecendo um fantasma enrolado num edredom, reclamando da música. Pronto, com o susto daquela visão do além de travesseiro na mão, aí que eu nunca mais ia pegar no sono.
Liguei pra policia duas vezes, e nada. A gente já estava tendo pensamentos psicopatas, dignos da hora. A prisão era pouca coisa pra esse indivíduo sem noção. Bombas imaginárias saíam da minha varanda bem em cima daquele trio elétrico que achava estar em Salvador.
Desistimos, cada uma foi para o seu quarto, esperando a morte de “La Belle de Jou", que já tocava pela décima vez.
Aí é que eu tive a idéia de brincar do "Jogo do Contente" que aprendi com o livro da Pollyana (ELEANOR H. PORTER).
Poxa, aquilo devia ser uma serenata e eu nem estava tendo a boa vontade de ter um pouco de paciência pelos amantes.
Comecei a imaginar uma vizinha sonolenta em sua varanda, a ouvir a música de amor que a faz lembrar de seu amado. Ela estava encantada com aquele ato de romantismo a se propagar sem pudor pela Praça do Papa. Ela chegaria a sua janela, atenderia seu celular e conversaria com o amado ao som de "La Belle de Jou".
Em meio a esse pensamento romântico e altruísta, adormeci novamente.
É incrível o poder que a nossa mente tem de modificar as coisas externas. De mudar nosso entendimento das situações e, automaticamente, nossos sentimentos.
Tudo pode ser a "Bella", ou a "bête" (fera), dependendo da maneira que enxergamos os acontecimentos.
Lindo isso. Incrível.
O difícil é ignorar quando o mesmo pseudo-trio-elétrico para na Praça e liga a Dança do Créu a toda altura, às 4:30 da manhã. Isso acontece pelo menos uma vez por semana.
Aí, não há poder da mente que aguente, transformar o Créu em uma serenata romântica. Até mesmo porque ele tá mais pra uma ameaça terrorista.
Porque se for romântica, aí dessa vizinha! Eu descubro onde ela mora e contrato a Bartucada pra tocar embaixo da janela dela, todos os dias. Eu peço uma interveção Papal, eu monto um partido só pra fazer um acordo com o Aécio. Eu vou pessoalmente ao próximo posto policial, entro em uma viatura e persigo, eu mesma esse Filho da P... que acha que a Praça do Papa é o baile Funk mais badalado de Belo Horizonte.
Bem, no mais, altruísmo a parte, "La Belle de Jou" que não toque perto de mim tão cedo.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
CRÔNICA DE CARNAVAL, ATRASADA.
Nada como uma chuvinha do final da noite de domingo, você aconchegado na sua sala, coberto por edredons, em meio à pipoca e outras guloseimas Você pode estar sozinho, vendo aquele filme pela terceira vez, que a chuvinha te acomoda com promessas de um final feliz.
Mas, nessa época chuvosa em todo Brasil e principalmente aonde estou, na minha cidade Belo Horizonte, vejo a necessidade urgente de alguém avisar São Pedro que é verão. Não, pior, que é carnaval! Eu que ia para as praias capixabas, cancelei a viagem sem nova esperança de outro lugar que não seja o nordeste. E considerando o preço das passagens aéreas, já estou jogando minhas serpentinas pelo ralo. Literalmente. A vida parece se adaptar a um tempo denso, incerto, a mercê das gotas de chuva, que espantam os confetes e os planos do feriado.
Os ônibus cheiram a guarda-chuva embrulhado em sacola plástica com um leve toque de meia molhada. Afinal, os pedestres sabem o que estou falando, não há guarda chuva que proteja os pés.
Mesmo quem tem carro, não é possível que alguém saia de casa sem o guarda chuva, a não ser que vá de uma garagem para outra e não acredite em imprevistos.
A Lei de Murphi pode bem se fazer valer em um engarrafamento quando um bondoso senhor, ou senhora der aquela encostada na traseira do seu carro no meio de um temporal. Ai, meu amigo, minha amiga, vai você sair do carro, sem sombrinha, pra conversar com o infrator, numa chuvinha chata que chove, mas não molha. Não, não se pode sair sem sombrinha nesses dias. Aliás, em nenhum lugar do país, a não ser o Nordeste.
Isso me lembra um caso de chuva, da minha recente viagem a São Paulo. Descobri que esse tempo chuvoso, também é tempo de fazer e testar amizades.
Eu estava em São Paulo na semana passada. (sim,lá também chove e muito). Não dei ouvidos a minha prima, que iria me receber, quando me falou pra levar o meu guarda chuva mineiro para lá e nem ao mocinho que fica na porta do metro vendendo uma sombrinha por 5, duas por 10. Vai entender essa promoção.
Fui para a capital paulista para uma entrevista de um curso de atores e, no caminho, ainda na Augusta, conheci uma garota que também estava indo para o mesmo lugar. Uma dessas coincidências que parecem um GPS divino. Você está perdido, para pra perguntar a direção e a pessoa fala: “Me segue, também estou indo para lá”. É um encontro mágico onde todos seus anseios de “oncotô”, desaparecem como uma gota no oceano. Mas não vamos falar de gotas ainda. Foram sete quarteirões de muito papo, a luz do sol, risadas. É muito difícil eu me conectar rapidamente a amizades femininas, mas aquela garota tinha brilho. Durante esses quarteirões fizemos confidencias, planos para a noite, afinal, era sexta-feira. Trocamos telefones, compartilhamos gargalhadas quando uma jovem senhora “rebolante” tropeçou no próprio salto. Éramos melhores amigas, unidas ao acaso da Paulista, ao sol.
Chegamos ao local do curso, fizemos as entrevistas, passamos, comemoramos escandalosamente como duas amigas frenéticas e combinamos de almoçar juntas pra comemorar. E ao sairmos do local seco e coberto da entrevista, demos de cara com... A Chuva!
A famosa chuva anunciada pela minha prima e pelo mocinho do metro. Ela, como toda boa paulista que se preze, e sabe que, em São Paulo, em um mesmo dia, pode fazer calor, frio e chover, tira da bolsa um casaco e um guarda-chuva. E eu parada, olhando pra chuva, sentindo o “eu te avisei” da minha querida prima e do mocinho do metro atrás de mim, escuto a pergunta: “cadê seu guarda chuva”? Respondo: “Não tenho, mas a gente pode dividir o seu até a Paulista, lá eu compro”. Que inocência cega a minha.
Bem, pra resumir, nossa amizade linda terminou ali. Minha ex-melhor nova amiga me deu um olhar de recriminação, como quem diz “não posso ser amiga de uma pessoa que não tenha um guarda-chuva, em São Paulo, nessa época do ano e ainda queira dividir o meu guarda-chuva e arriscar molhar a minha escova de final de semana”. E lá foi ela, com um “desculpa”, mais na boca que nos olhos, balançando sua sombrinha florida.
E eu, pasma, chocada pelo fim de uma amizade tão bonita, por causa de um guarda-chuva, agradeci por termos ficado em horários diferentes no curso. Aquela ingrata. Fiquei a olhar a chuva cair, por duas horas e meia, e ainda peguei uns respingos enquanto subia os sete quarteirões até a paulista para comprar o guarda-chuva de cinco reais do mocinho do metro. E o melhor, ao me vender, o simpático vendedor soltou um: “Eu te avisei”.
Moral da história:
Uma amizade verdadeira não divide com você apenas o brilho do Sol, mas sim, o guarda-chuva na hora da chuva.
Moral da história 2: Nunca vá pra São Paulo sem uma bolsa grande onde caibam um casaco, uma sombrinha e uma meia extra.
Moral 3: sempre de ouvidos ao mocinho do metro e aos anfitriões de sua hospedagem em locais novos.