Quando o assunto é um coração ferido e um relacionamento rompido, o instinto imediato de sobrevivência é o de perdoar. Afinal, ninguém quer sofrer de amor. Ninguém quer sentir o vazio da falta.
Quando um relacionamento acaba e parece que o mundo saiu dos seus pés, a única coisa que você quer, é que a dor passe. Uma dor que chega a ser física. Seu peito pesa e arde, seus olhos doloridos, o estômago contraído. Aquela dor profunda de a todo instante se sentir sozinha. De custar para conseguir dormir, e quando acordar, depois de dois segundos se sentindo bem, ter o mundo tirado dos pés novamente, quando se lembra de que, acabou.
É difícil ter que refazer os planos, ter que encontrar novas companhias, pensar em estar com outra pessoa. Acreditar que a dor vai passar. Por mais que, no fundo, todo mundo sabe que tudo passa, na hora, parece que não passará jamais. Naquele momento, tudo o que queremos, é aquele conforto de volta. É ter de volta o passado, mesmo sabendo que ele não estava legal. Aliás, estava péssimo.
Mas, quando o coração se quebra, você se esquece das brigas, das traições, do comodismo, do sexo morno, do silêncio no carro. Você se lembra de que nasceu sozinho e de que, agora está sozinho novamente. E isso, pra muitas pessoas, é uma lembrança de que, vamos morrer sozinhos. E a sensação de que a morte está próxima. Então, nada melhor do que perdoar logo essa coisa, e voltar. Voltar pra onde? Voltar por medo de perder é apenas adiar o fim. Ninguém muda por medo. O medo não move ninguém. Apenas a força de vontade, a consciência real dos fatos, dos erros, e do amor. Existe ainda? O suficiente para mudar o rumo das coisas? Não é tão fácil como nos filmes.
A dor do hoje não se compara com a dor do amanhã, caso você deixe ser levada pelo medo de perder. É um desgaste contínuo, quebrado, ritmado.
É difícil segurar a vontade de ligar correndo, de inventar alguma desculpa pra pedir alguma coisa de volta. De andar nos mesmos lugares pra um encotnro casual. Desculpas para voltar pra um lugar que nem sempre ainda é aquele de antes. Nem sempre é o melhor.
É difícil se desapegar do tempo. Do costume. É difícil parar para pensar racionalmente quando seu peito está sangrando.
Mas é necessário. Parar, respirar, sentir a dor, entendê-la. Dissociar o desespero, do amor. Um vaso quebrado pode ser pra sempre um vaso quebrado. Mas não há nada que a consciência dos erros e o perdão motivado pela sabedoria e não pelo medo, não resolva.
Muitas vezes perder, é ganhar. Deixar ir é abrir espaço pra felicidade. Confiar nos seus ideais, na sua intuição, ter fé nos remédios do tempo e da vida, ver o outro como espelho, tudo isso é construir uma base sólida pra pessoa mais importante da sua vida: Você!
Não viver por medo, é viver acordado. E como diz o velho ditado, antes só, do que mal acompanhado.
Você está acordado?
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